Na escola da vida encontrei, e ainda encontro, vários líderes que me inspiraram. Verdadeiros mestres em suas áreas de atuação. Mas como eles fizeram para chegar lá? Para ter as respostas que buscavam, para ter certeza sobre as escolhas e caminhos que decidiram trilhar? Nessa minha angústia em compreender como é que algumas pessoas têm papel de destaque, e para mim todas elas tinham algum papel de liderança, me debruço em literatura, investigação prática e muita curiosidade! 😉

               Não é à toa que quando buscamos entender como os líderes aprendem retomamos aos estudos dos mitos, das fábulas, do Herói de Mil Faces de Joseph Campbell. Sabemos que existe algo interno, que nos move, que nos incomoda e que faz com que nos aventuremos nessa jornada. Para o líder esse ‘incômodo’ é transformado em vontade de realizar e, não importam os obstáculos que encontre pela frente, ele encontrará alternativas para atingir o que se propôs. E é neste caminhar que se encontram os aprendizados. Será que esse herói, esse líder aprendeu a superar os desafios em sala de aula? E a resposta para esta pergunta eu vou buscar lá na Andragogia, que é a ciência que estuda o aprendizado de adultos. E ela me diz que a sala de aula, tradicional, é apenas uma parcela muito pequena neste processo. O adulto, herói, líder, aprende por meio de suas vivências, nas tentativas e erros, no caminhar o caminho. Claro, que na busca pela compreensão de suas experiências, encontramos mestres que inspiram, iluminam, dizem como foram as dores e o caminho das pedras. É pela busca pelo saber-fazer que a teoria embasa, apoia, ilumina.

               Quando olhamos para o desenvolvimento de líderes nas organizações, Ram Charam nos ajuda com seu modelo de desenvolvimento, o Pipeline de Liderança, que diferencia os diferentes estágios que um líder passa: liderar a si mesmo, liderar outras pessoas, liderar outros líderes até liderar negócios. Em cada etapa de seu desenvolvimento, esse profissional precisa superar seus próprios desafios e desenvolver competências que estão relacionadas ao seu relacionamento interpessoal. E desta maneira, o dia a dia é uma grande escola. Mas é possível antecipar ou desenvolver essas competências sem ser na linha de fogo, no dia a dia? Treinamentos vivenciais, jogos empresariais, outdoor training, que simulam situações que o líder precise utilizar seus recursos, suas competências para resolver soluções são uma solução. Afinal, não é fazendo que o líder aprende? Então porque não o colocar para resolver questões práticas, de forma interativa em um ambiente que a aprendizagem seja permitida? Expor o líder a situações desafiadoras dentro das organizações pode ser uma solução, se o ambiente e a cultura daquela organização permitir que este líder aprenda com os erros que ele certamente cometerá. Porque é o caminhar o caminho que fará com que o nosso herói encontre suas respostas! 😉

Paula Foroni é professora, pesquisadora, consultora em RH e coach de executivos. Mestre em Gestão de Pessoas pela USP é apaixonada em conectar e desenvolver pessoas.