Foto: Bia Shimu

              Não muito longe já tivemos a onda dos líderes carismáticos, cheios de energia, que conectam as pessoas. Seguimos os visionários, conectados, high techs, com ideias inovadoras. Chegaram os líderes servidores, afinal, não existe líder sem time e estamos aqui para servir a um propósito. E mais recentemente, com os times autogerenciáveis temos encontrado o líder facilitador, aquele que ajuda a reduzir a burocracia, encurtar caminhos, liberar impedimentos. Mas afinal, como é que navegamos nesses estilos e desenvolvemos diferentes habilidades como líderes?

               Se por um lado a nova geração diz não quer assumir a responsabilidade, o peso da liderança, por outro, os antigos líderes desejam arduamente que os times tomem decisões, assumam riscos calculados e façam o que precisa ser feito. Afinal, liderar não tem a ver com uma posição formal, um cargo em uma organização, mas com a nossa capacidade enquanto seres que habitamos este planeta, de lidar com os nossos recursos, mobilizar outros e influenciar pessoas para atingir objetivos.

               E é nesta perspectiva que a liderança, junto com os times, vem se transformando. Costumo dizer que as crianças estão crescendo. Os líderes não precisam mais ser pais e mães severos, controladores, eles podem e devem fazer mais perguntas, apoiar, abrir espaço, direcionar caminhos e deixar que o erro do outro, do time e seu mesmo se torne aprendizado.

               Mudança de papel dificílima para aqueles que falam sim para este lugar. Liderar é sobre autoconhecimento e o desenvolvimento é contínuo para quem se dispõem a navegar nesta jornada. Mas como eu enquanto líder aprendo a ser melhor para mim mesmo e para o mundo? As pesquisas mostram que 10% do aprendizado acontece com treinamentos formais, sala de aula, teoria, 20% vem com a ajuda de um coach ou de um mentor e 70% vai ser realizado na prática mesmo. E como eu sei que eu realmente aprendi? Quando eu ensino alguém a fazer, compartilho o que eu aprendi sobre as dores e amores de liderar a mim mesmo, times e organizações. É quando eu conto a minha história e reflito sobre ela enquanto eu conto.

            De uma forma recursiva, esse aprendizado vai e volta infinitamente, como uma espiral. Eu compreendo a teoria, experimento na prática, peço ajuda, sinto as dores de liderar e compartilho. A partir daí vou abrindo espaço e facilitando para que outros possam liderar, assumir responsabilidades, riscos, tomar decisões, errar, lidar melhor com seus recursos e assim influenciar mais e mais pessoas a atingirem objetivos juntos e de forma individual. E de quebra ainda aprendo sobre qual é o meu estilo de liderar.😉

Paula Foroni tem pesquisado e reaprendido todos os dias com líderes, times e organizações. Facilitadora de grupos e em projetos de transformação organizacional. Eterna aprendiz, terminando o doutorado em Gestão de Pessoas pela Universidade de São Paulo para fazer muitas perguntas e, quem sabe, descobrir novos caminhos. 😊