Foto: EVANDER PORTILHO

Tem uma época do ano que a loucura da vida parece que dá uma trégua. É aquele momento mágico que o tempo fica em suspenso e que nossos corações se enchem da mais linda energia, que para nós aqui neste planetinha chamamos de amor. Parece que neste momento esquecemos das metas, dos objetivos, da corrida incessante pelo dinheiro e todas as coisas materiais e apenas vivemos. Vivemos cheios de um sentimento que transborda, que alimenta, que nutre. E levamos isso em todos os lugares que estamos, nas nossas famílias, nas organizações, nos bairros, nas cidades. Parece que lá dos céus recebemos uma licença poética para deixarmos de ser animais, um pouco racionais, para sermos humanos. Pena que esse tempo seja colocado na gaveta nos outros 11 meses do ano.

Mas neste ano em especial, que todos nós sentimos inúmeras transformações, parece que essa licença poética veio com uma marca mais que especial. O encontro entre dois planetas que há mais de 2.000 anos anunciavam o início de uma nova era. Mas quem olha para os céus nos dias de hoje? Será que nesta doideira de ano que revirou nossas vidas e paradigmas de cabeça para baixo abrimos os olhos para ver algo além dos nossos umbigos? Ah o mundo material que fez com que só olhássemos para o chão e no máximo para a linha do horizonte que nossos narizes são capazes de apontar foi chacoalhado, revirado e nos colocou a olhar o mundo sob outras perspectivas. E parece que lá no céu teve um fenômeno astrológico muito raro que é o encontro de dois planetas e que anuncia (se nós ainda acreditarmos nas mensagens que vem dos céus) que este ano marcou o fim de olhar só para dentro, e iniciou um novo olhar, diferente, mais aberto, mais eclético, com possibilidades diferentes das que vivemos até então.

Sim! Para aqueles que acreditam ou não nas mensagens dos céus, o mês de dezembro, lindo, mágico, que enche nossos corações de esperança em um mundo melhor, que nos conecta com o que é importante, com nossas raízes, origens, famílias que escolhemos viver, marca há muitos anos um rito de passagem. Que faz com que paremos, com que tenhamos espaço para refletir, para respirar, para criar espaço, para nos nutrirmos e voltarmos para mais 11 meses de todos os desafios que a nossa evolução veio buscar. E é neste dezembro tão especial que talvez pela primeira vez nós iremos fazer tudo diferente, de festa de fim de ano confinados em nós mesmos, a celebrações internas de um ano repleto de conquistas, de perdas, de renascimentos, de significado e mudança, de relacionamentos, de lugar, de emprego, de crenças. Mas com a certeza de que não será apenas uma licença poética, uma data que foi engolida pela máquina de fazer e consumir, mas talvez seja o voltar para olhar além daquele horizonte restrito e ampliar para tantas outras coisas que ainda estão por vir.

Que a estrela de Belém ilumine nossos corações e nos encha de esperança e de certeza que estamos aqui para transformar as nossas vidas e a vida de todos ao nosso redor, para o bem, nosso, das famílias que escolhemos, das organizações, comunidades e deste planetinha que habitamos! Feliz rito de passagem!

Paula Foroni tem pesquisado e reaprendido todos os dias com líderes, times e organizações. Facilitadora em projetos de transformação organizacional. Eterna aluna, hoje está sentada na cadeira do doutorado em Gestão de Pessoas pela Universidade de São Paulo para fazer muitas perguntas e, quem sabe, descobrir novos caminhos. 😊