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 Na minha trajetória como professora, fui me deparando com a questão da aprendizagem. Professores da área de negócios, geralmente, não vêm da área educacional e “caem” na sala de aula levando apenas suas experiências pessoais e profissionais em outras áreas. No meu caso, levei também uma boa dose de coragem e muita disposição para aprender.

E o tema do aprendizado foi me inquietando desde então. Costumo dizer que professores são alunos ‘há mais tempo’. O que é verdade, já que na carreira acadêmica nos dedicamos ao mestrado e doutorado, fazemos pesquisa, participamos de congressos e tudo mais.

Mas será que esta é sempre a melhor forma de aprender? Ou a única? Faz tempo que os métodos tradicionais são questionados. Diria até que foram atropelados pelas novas tecnologias e pela enxurrada de conteúdos disponíveis em todas as plataformas.

Mas quem estuda constantemente sabe quem tudo se aprende em um tutorial do Youtube. A troca e o contato humano ajudam muito, o que conta pontos a favor do ensino presencial.

Fazer, tentar, arriscar-se. Quando voltei a estudar música com mais de 40 anos precisei muito me dedicar à prática. Sem amarras. Rever todo conhecimento com outro olhar. Reaprender.

Estas questões já vinham sendo pensadas por McCall, Eichinger e Lombardo quando escreveram sobre o método 70-20-10, segundo o qual 70% do que aprendemos vem da experiência, 20% da observação de outros e 10% da educação formal. Não sei de algum dia será possível comprovar estas porcentagens, nem sei se isso é importante. Mas, cada vez mais estamos conscientes de que precisamos ‘colocar a mão na massa’ quando tivermos como e tocar e cantar com colegas. Aprender com colegas, mentores e todos que têm experiência para agregar, sem abandonar educação formal que amarra tudo isso. O que importa e a gente aprender a aprender. E ensinar…

Fabiana Fevorini é doutora em RH, professora e quer transformar a gestão de pessoas no país, melhorando o bem-estar dos colaboradores e os resultados organizacionais. Acredita que isso pode ser feito através do desenvolvimento humano e boa comunicação.