FOTO: Andréa Rodrigues Maggi

Em 2020 e 2021 conversei com muitos gestores de RH sobre as políticas e práticas adotadas nas empresas. É claro que, neste período de pandemia, as práticas de saúde chamaram atenção.

Fiquei positivamente surpresa em saber que muitas empresas passaram a investir mais na saúde mental de seus funcionários. Com práticas diferentes como rodas de conversa, atendimento social e psicológico, colocaram o emocional no centro do debate. Muito importante!

 Os recursos utilizados também foram diferentes. Em empresas menores o apoio era dado pelo próprio time de RH (e quem será que estava cuidando do RH?) Em outras, os líderes foram capacitados para isto (e quem será que cuidou desses líderes?).

Foi o momento, também, de se fortalecer programas que já existiam como planos de saúdo com cobertura para tratamento psicológica e convênios com plataformas de terapia online. Quem já tinha essas práticas, sentiu necessidade de ampliá-las. Várias empresas que não tinham, buscaram nesse período.

É certo que, com a diminuição do número de casos da Covid-19, os escritórios começam a voltar a funcionar. Ainda se discute se quem volta 100%, quem permanece em home office e há até um tal de ‘modelo híbrido’ aparecendo como alternativa.

Mas, de tudo que foi introduzido durante a pandemia, o que ficará nas empresas após esta ‘volta’? Será que a saúde emocional continuará no centro das preocupações? Ou passado o ‘susto’ as práticas também vão começar a ser canceladas? Como os benefícios destas práticas serão medidos? São questões a serem respondidas.

Para contribuir com a resposta convido os RHs e demais líderes a pensarem na saúde de forma integral, não esquecendo que as dores emocionais não são exclusividade da pandemia. A pandemia, de fato, trouxe muito sofrimento para as pessoas, dentro e fora das organizações. Mas trouxe também uma espécie de permissão para este sofrimento. Passou a existir uma maior liberdade para se falar sobre ele, encará-lo e também para tratá-lo.

Que na volta à ‘vida normal’, seja lá qual for, o acolhimento continue, as rodas de conversa continuem animadas, as terapias continuem acessíveis e a saúde mental esteja ‘on’!

Fabiana Fevorini é doutora em RH, professora e quer transformar a gestão de pessoas no país, melhorando o bem-estar dos colaboradores e os resultados organizacionais. Acredita que isso pode ser feito através do desenvolvimento humano e boa comunicação.