Foto: EVANDER PORTILHO

               Refletindo sobre nossa eterna busca por complementariedade e estabilidade que conheci nas aulas do professor Dr. Sigmar Malvezzi. Aprendemos tudo nessa vida por muita observação, imitação e reflexão. Vemos o outro fazer e imitamos, muitas vezes sem consciência, outras tantas para sermos aceitos e tantas outras por medo de lidarmos com as nossas próprias escolhas. Caminhos difíceis neste vai e vem da vida que queremos nos unir, partilhar, achar nosso par que encaixemos perfeitamente e ao mesmo tempo queremos ser únicos, diferentes e deixar nossa marca no mundo que é só nossa.

               No caminhar da liderança observo esse ir e vir solitário, de novo lá na jornada do herói e da heroína que só consegue encontrar o tesouro que busca quando resolve ouvir o próprio coração. Jornada dificílima de autoconhecimento, de tantos momentos sozinho(a), refletindo sobre suas escolhas, de ir se diferenciando e não conseguir agradar ao mundo, mas de uma certeza que nem sabe explicar de onde vem. Era mais fácil quando estávamos juntos? Quando fazia parte de uma equipe e tinha alguém a quem poderia imitar? Será que tem outros como eu no mundo que podem me ajudar nessa complementariedade e estabilidade? Será que verdadeiramente isso existe quando cada passo que damos muda um mundo aqui dentro?

               E nesse vai e vem, de inúmeras indagações me fez refletir que a beleza não está nesse lugar sólido, cravado em pedra, mas sim no caminhar. A estabilidade e a complementariedade vão se construindo no respeito pela individualidade, que vai mudar sempre, em processos mais acelerados ou mais lentos, e também na construção coletiva, de duas partes que querem caminhar juntas. Descobri que existe então dois processos de autoconhecimento, um solitário que a jornada do herói e da heroína nos contou e outro na desconstrução de uma parte de si para construir uma parte conjunta, seja com um par, seja com um time. Liderar a si mesmo é uma jornada linda de autoconhecimento individual e liderar pessoas é vivenciar na prática e desconstruir tantas certezas que foram aprendidas anteriormente e que agora vão se modificar, mas só para aqueles que aceitarem esse caminho sem volta. 😊

Paula Foroni tem pesquisado e reaprendido todos os dias com líderes, times e organizações. Facilitadora em projetos de transformação organizacional. Eterna aluna, hoje está sentada na cadeira do doutorado em Gestão de Pessoas pela Universidade de São Paulo para fazer muitas perguntas e, quem sabe, descobrir novos caminhos. 😊